Detran-DF: ajuda ou atrapalha?

O Departamento de Trânsito do Distrito Federal é frequentemente alvo de críticas por suas decisões equivocadas em mudanças no trânsito, que não apenas prejudicam o fluxo de veículos, mas também reforçam a percepção negativa da população em relação à instituição. A percepção é de que a instituição mais atrapalha do que ajuda. Suas ações, muitas vezes mal planejadas e mal executadas, demonstram uma falta de visão estratégica e de sensibilidade às necessidades reais do trânsito da Capital Federal.
Um exemplo dessa ineficiência foi vivenciado recentemente, quando o Detran-DF decidiu fechar o balão no final da avenida W-3 Norte, entre o Hospital Santa Helena e o Boulevard Shopping. A medida, aparentemente simples, teve consequências desastrosas para o trânsito local. Com o fechamento, os motoristas que seguiam a partir do bairro Noroeste foram obrigados a seguir pela avenida W-3 Norte, gerando um grande congestionamento e sobrecarregando ainda mais o fluxo de veículos naquelas vias. Essa alteração, que deveria facilitar o trânsito, resultou em uma verdadeira “armadilha” para os condutores, que foram pegos de surpresa, sem uma sinalização adequada ou alternativas viáveis, o que aumentou a confusão e a insatisfação.
O episódio ilustra um padrão recorrente na gestão do Detran-DF: decisões tomadas sem uma análise aprofundada das consequências. Em vez de melhorar a mobilidade urbana, acabam por agravar os problemas existentes. É evidente que falta ao órgão uma política de trânsito mais eficiente, baseada em estudos técnicos e na consulta às necessidades reais dos motoristas. A impressão que se tem é de que as medidas são tomadas de maneira arbitrária, sem considerar o impacto que terão no dia a dia da população ou que são tomadas por funcionários engravatados, que se recusam a sair de suas salas com ar-condicionado.
Além disso, os canais digitais do Detran-DF, que deveriam facilitar o atendimento ao cidadão, são frequentemente problemáticos. Muitos usuários relatam dificuldades em acessar os serviços online, enfrentando lentidão, instabilidades e quedas constantes no sistema. Esses problemas tecnológicos não se restringem ao ambiente digital; os serviços presenciais nos postos de atendimento, que são lentos e demorados, também sofrem com constantes quedas de rede.
A falta de planejamento também reflete um despreparo na comunicação com a sociedade. O Detran-DF, em muitos casos, não informa adequadamente sobre as mudanças que implementa, deixando os motoristas desorientados. Esse problema de comunicação, aliado à má execução das medidas, contribui para a crescente desconfiança da população em relação à capacidade da instituição em gerir as questões de trânsito.
Outro aspecto a ser considerado é a ausência de acompanhamento e avaliação das mudanças implementadas. Não é incomum que o Detran-DF faça uma alteração no trânsito e, diante das críticas e dos problemas gerados, demore a corrigir ou a reverter a medida, promovendo, por exemplo, a alteração nos tempos de semáforos. Ouvi de um motorista revoltado que “os agentes de trânsito não fazem nada. Sequer saem de seus carros com ar-condicionado e que deveriam ser treinados a usar apitos para organizar o trânsito, como era antigamente e funcionava”. A percepção que fica é de que o órgão não está comprometido com a melhoria efetiva do trânsito, mas sim com a execução de ações paliativas e, muitas vezes, ineficazes.
A crítica à atuação do Detran-DF não se restringe apenas à gestão do trânsito, mas também à falta de transparência e de responsabilidade na condução de suas atribuições. A falta de diálogo com a sociedade, a ausência de estudos técnicos que embasem as decisões e a ineficiência na implementação de medidas são aspectos que minam a confiança da população na instituição.
Na minha avaliação, o Detran-DF precisa urgentemente rever sua postura e adotar uma política de trânsito que seja, de fato, eficiente e responsável. O episódio do fechamento do balão no final da W-3 Norte é apenas um dos muitos exemplos de como decisões equivocadas podem causar transtornos significativos para a população. Uma gestão de trânsito eficiente exige planejamento, diálogo e, sobretudo, um compromisso com a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

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Respostas de 2

  1. Realmente dificultam mesmo, veja o que acontece agora em frente ao TERRAÇO SHOPPING ao invés de abrirem o primeiro retorno não, vc tem que ir quase no final da pista para voltar um absurdo eles não estão nem um pouco preocupados com tempo e dinheiro do motorista

  2. A muito tempo o Detran tem faltado viu!
    Esses novos então , que queimam a grama, sobem no meio fio, em calçadas quebrando o concreto de pedestres, dando mal exemplo à sociedade, tá bem longe de ser 1° mundo.

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